09h41
Caro D, quando surge uma ideia, venho aqui e a deixo aqui registrada.
09h41
Caro D, quando surge uma ideia, venho aqui e a deixo aqui registrada.
09h12
Desde a tarde de ontem, venho sentindo o prazer de ler um livro pelo puro lazer. “Bolero de Ravel”, de Menalton Braff, um romance que estava na lista de espera desde 2012.
Vou degustá-lo,
aos poucos, em cada capítulo, perdendo-me nos labirintos do narrador-personagem
em sua viagem obscura.
Estou apreciando
tanto a narrativa que até entrei em contato com o autor via um e-mail atrevido, urgente. Caso o Menalton responda, contarei aqui.
A caminhada
ficou para o período da tarde/noite. É o Dia das Crianças e eu minha esposa
ficamos por conta de preparar, no capricho, o banquete desta data tão especial.
Celebrar todas
as datas especiais faz parte da tradição da minha família. Ao contrário do que
os extremistas dizem por aí, meu caro D, ritual e tradições são essenciais ao
fortalecimento dos laços.
Dê-me licença
que agora vou ali comer uma fatia de melancia.
... farelos por aí ...
Estive-me envolvido com lápis, borracha,
lapiseira, caneta, papel ... muito papel. Foi incrível, meu caro D!
O dia sorriu para mim como a saudação:
– Seja bem-vindo à revolução analógica!
Estou pensando a respeito dessa
revolução, após ler o artigo sobre o uso inadequado das redes sociais.
Desconectado, longe das redes nessa
semana, estou aproveitando para curtir minha família, nossa casa.
Ah, meu caro D, nesse quarto dia,
andei em ritmo razoável 4 KM e corri meu primeiro KM de modo ininterrupto.
Devagar, com dificuldade, vou
avançando e saindo da penumbra.
Ando “podando meu jardim”.
...
farelos por aí”
10h52
Bach é um dos nomes que mais tem
frequentado meus últimos dias.
Bach da Ave Maria que ilumina meus bons dias ao Universo, passando por Jesus, a
alegria dos homens; até chegar aos florais, pingados de gota em gota na minha garganta.
Garganta santa!
“Exausto”
Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o profundo sono das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.
Com este poema de Adélia Prado, caro diário, você entende porque me receitaram Bach.
Todos os professores, no
momento, precisam voltar ao estado semente.
... farelos
por aí ...
18h51
Ao final da tarde, tomei a decisão
de me desconectar das redes sociais entre os dias 10 e 18 de outubro.
A prova está
no meu Instagram: @farelodequiat
Ao saber dessa
minha atitude, minha filha de 10 anos respirou aliviada e disparou
para a irmã caçula.
– Graças a
Deus vamos ter nosso pai de volta. Pelo menos uma semana ficaremos sem aquele robô,
Cla!
Isso dói. Dói muito, meu parceiro. Só quem é professor da rede particular no contexto da pandemia do novo Coronavírus compreende o que estamos passando.
(Sem
comentários)
Nessas horas,
dou graças a Deus por também ser escritor e poder conversar com meus ilustres
leitores, como ocorreu no final dessa manhã.
Hoje fui muito
bem acolhido pelos leitores do 6º Ano, alunos do Colégio Espanhol Santa Maria,
de BH. Foi mágico, distinto e encantador.
Só para você
sentir o gostinho do quanto foi especial, uma aluna me recebeu cantando e
tocando “Aquarela”, de Toquinho e Vinícius de Moraes.
Além das perguntas inteligentes e comoventes sobre meu penúltimo livro, “Um estranho para o céu”, recebi quase no final do bate-papo uma parte da Nona Sinfonia de Beethoven.
Inacreditável! Um garoto aí na casa dos seus 11 anos tocou essa peça no violão.
Mágico!
Agora, à
noite, vou fazer minha caminhada; pois não foi possível pela manhã. Dormi mais
do que a cama. Resultado do 1º dia de exercício (ontem).
Eh, Diário,
para quem não dormia... eu até sonhei, meu parceiro.
... farelos
por aí ...
Momento
da minha primeira caminhada de 5 km, após um longo período, longe das pistas.
Ao
longo dos prováveis 40 minutos, redescobri três das minhas paixões: Ler /
Escrever / Correr.
Minha
esposa está coberta de razão, ao afirmar: “Você tem que que voltar a correr”.
Ela anda
preocupada comigo, pois há o excesso de tecido adiposo, há o stress das infinitas
demandas da Educação, ainda reina a grande pausa nos projetos de incentivo à
leitura e palestras presenciais.
Ela é
quem me chamou de novo à vida. É sempre assim! Quando percebe que estou muito
inquieto, dá o toque: “Está na hora de você começar a escrever o próximo livro”.
Sabe,
Diário, você já me salvou algumas vezes nesses 07 anos. Que não seja diferente
dessa vez, ok?!
Se
por um acaso, pintar algum outro leitor por aqui, ele vai conhecer alguns perrengues
da minha vida profissional, parte dos meus encantos e desencantos.
MAS que
fique claro: escrevo para mim mesmo.
...
farelos por aí ...
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