A releitura de uma determinada
obra é sempre mais esclarecedora do que o primeiro contato. E a riqueza de um
texto literário está justamente nas infinitas possibilidades de interpretação
que oferece aos leitores. É essa fonte inesgotável que transforma uma obra em
um clássico. Ou, no mínimo, uma referência. Sempre foi assim. Não há novidade.
Por quantas dezenas de anos “Dom
Casmurro” iluminará as páginas do Realismo captado por Machado de Assis? Há
como pensar a configuração da mulher na literatura brasileira sem se encantar
com as dissimulações de Capitu?
E por falar em mulheres e literatura,
ela não pode ficar de fora. Quem? Clarice na teia! Diga-se de passagem, que a
obra “Todos os contos”, que venceu um importante prêmio nos Estados Unidos, em 2015, vem dando o que falar entre os fãs.
Em breve, vou conhecer esse maravilhoso acervo; mas até mergulhar nesses mares, comunico-lhe que andei esfarelando algumas crônicas da autora nos últimos anos.
Os leitores das antigas sabem disso. Não minto. Sou clariciano e pronto. Qual é mesmo o nome da minha caçula? Está explicado. Porque, como sabe, (ou vai saber um dia) Clarice é personagem, escritora e uma das figuras mais ecléticas da nossa literatura. Uma amiga disse que Clarice é rainha (dá licença, meu?) em outras palavras, estamos falando de uma escritora clássica.
Em breve, vou conhecer esse maravilhoso acervo; mas até mergulhar nesses mares, comunico-lhe que andei esfarelando algumas crônicas da autora nos últimos anos.
Os leitores das antigas sabem disso. Não minto. Sou clariciano e pronto. Qual é mesmo o nome da minha caçula? Está explicado. Porque, como sabe, (ou vai saber um dia) Clarice é personagem, escritora e uma das figuras mais ecléticas da nossa literatura. Uma amiga disse que Clarice é rainha (dá licença, meu?) em outras palavras, estamos falando de uma escritora clássica.
Bem, tenho que alertá-lo(a): o que lê
nessas modestas linhas é uma espécie de delírio noturno na janela do cotidiano.
É que quando leio os textos dessa autora, sinto-me dentro de um sonho. É como
se estivesse ora dentro de uma pintura de Salvador Dalí, ora na serenidade das
pinceladas de Monet.
Sinto-me tateando agulhas no silêncio da tarde. Parece que ela tinha uma câmera capturando nossos dilemas e intimidades o tempo todo.
Às vezes, fico procurando abrigo nos braços do amigo mais próximo. Será que devíamos ter amigos em todos os lugares? Ou seria um amigo para todos os lugares?
Sinto-me tateando agulhas no silêncio da tarde. Parece que ela tinha uma câmera capturando nossos dilemas e intimidades o tempo todo.
Às vezes, fico procurando abrigo nos braços do amigo mais próximo. Será que devíamos ter amigos em todos os lugares? Ou seria um amigo para todos os lugares?
E você quer saber por quê? (Hora de ler em voz alta)
Clarice me ensinou que há um vazio em todos nós. A solidão é o que une a
humanidade. Certo. No universo somos apenas uma unidade. Verdade. Verso único,
íntimo, prosa leve no breve grafite que risca a realidade.
A solidão está em todos nós. E é só com o outro que
podemos enfrentá-la. Para isso, foi preciso muita gente: toda Humanidade.
Precisamos do outro para compreender o mundo. Precisamos amar o outro e, assim,
transcenderemos o Universo.
Informação desprezível da crônica (Leia-a, se quiser)
– É nisso que dá ficar lendo clássicos! O
menino ficou proético – comentou tia Cristina (aquela da sarradinha no ar,
lembra?), que agora passou a ler todas as crônicas antes da publicação.