Querida Amanda Ribeiro,
há três semanas venho, de alguma forma,
me preparando para este momento. Por conta de tantos insights, os reels não
foram suficientes... (mas a gente vai continuar lendo seus versos por lá, viu?)
o lance é que sua Máquina dispara
muitos flashes e a gente sai criando cenas e séries e vem o desejo de fazer um
filme, será que você entende?
o percurso pelos “cômodos preferidos”
(imagine duas personagens escolhendo o cantinho favorito do lar), um close
naquele presente-lembrete, o bilhete do “bolso na calçada”, ao ritmo do jazz,
hein?;
e a poeta ali costurando a distância,
apresentando aos espectadores a instância ... em versos inquietos livres que
nem abelha zunando por tudo quanto é
parte da Floresta, beira e centro da cidade, memórias; o instante da palavra
aqui-acolá na cozinha, banho, quartos, na “casa de estar”. A essa altura, sua
cameragirl ficando louca:
– Tudo isso tá aí no livro? Como vamos
gravar esse filme?
– Fique calma, menina. A verdade é de
que de cinema quem entende mesmo é a Amanda Ribeiro, a compositora desses cantos.
– E o que você vai fazer?
– Aquilo que mais nos aproxima das
entrelinhas do labirinto da poesia.
– Já entendi, pai. Quando você vem com
essas paradas de estrelinhas... Só não sei se ela vai curtir.
Isso eu também não posso afirmar, mas
em segredo aqui (Amanda, a Cecília estava falando das leituras do seu mais
recente livro naquele Caderno Azul, lembra?)
Outra revelação: escrevo-lhe da cozinha,
após duas xícaras de café. E você não imagina o quanto estou contente com a
leitura de seus poemas, a satisfação, surpresa em cada esquina dos seus temas: o
amor, a paixão, o ir-vir-e-o-devir da epopeia sempre à disposição cotidiano e
que só as poetas e as cronistas captam (você).
Que maravilha ... quão mágico é
ser recebido nas três portas da sua casa-livro! As epígrafes nos acolhem com
tanto carinho que acabam espalhando a vontade de a gente explorar cada cômodo
no ritmo das estações do ano. Queremos ficar!
Pode lhe parecer um pouco confuso, mas
com o elegante parafuso de suas minúsculas na cadência gostosa das vírgulas –
tudo flui e evolui – os leitores vão sempre se encontrar no fuso de sua poética;
do olhar para o céu, deitadas em “repouso”, aos mil pastéis de queijo na pastelândia,
seus versos nos abrem janelas para o “infinito ... particular”.
ATENÇÃO! ATENÇÃO! Com este ensaio malucão,
acabamos de receber uma notificação: Ao ficar ciente do interesse em gravar um
curta-metragem, a editora Peirópolis informa:
“Máquina de costurar concreto”, de Amanda Ribeiro, compõe a “Biblioteca Madrinha Lua”, coleção de poesia contemporânea inspirada numa das mais importantes poetas brasileiras do século XX, a mineira Henriqueta Lisboa (1901 – 1985). Este projeto é coordenado pela professora e escritora Ana Elisa Ribeiro.
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