–
O mundo vai acabar daqui a pouquinho, cê vai ver e ouvir.
–
Vamos dormir, criatura. Uma chuva gostosa dessas e cê vem me acordar com o fim
do mundo?
–
Antes dessa chuva gostosinha, rolou um vendaval dos diabos que parecia o
anúncio do próximo dilúvio.
–
Ah, cê tá vendo muita televisão. Vamos dormir?
–
Estou pensando como evitar o fim do mundo e isso a gente faz acordado, não?
–
Então... tá, boa noite!
–
Ela... vai ser assim ... ela vai mexer na cama e encontrar o Botas, vai fazer
carinho na barriga dele. O Botas? Cê nem presta atenção nessas coisas, né?
Botas é aquele macaquinho de pelúcia, que tá lá do lado do travesseiro dela.
Quando abrir os olhos e não perceber que seu novo companheiro não está lá,
pronto!
–
?
–
O que aconteceu? Ele simplesmente se esborrachou no chão e se espatifou
todinho.
–
NÃO! É verdade isso? O que a gente comprou na última tarde?
–
Ó, pensei que já estivesse dormindo. Não estava querendo apreciar a “chuvinha
gostosa”?
–
O mundo vai ficar pequeno. Ela vai gritar e acordar os vizinhos do prédio
inteiro. Minha nossa! Como aconteceu?
–
O vento foi muito forte. Nem com aquela barriga saliente e o peso do saco de
presentes, o velho conseguiu enfrentar o vento dessa noite.
–
Meus Deus! E agora?
–
Vamos ter que bolar um plano antes da nossa filha acordar. Vamos pra perto da
cama dela.
–
Assim, talvez, a gente diga: “Filha, sabe aquele Papai Noel bonitinho que você
ganhou ontem e estava dentro daquela bola de vidro transparente? Bem, fofinha,
nessa noite, ele...
Lá
do quarto:
–
CADÊ MEU PAPAI NOEL?
Ilustração: Marci N.
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