Há sessenta dias não escrevo uma linha.
Hoje por impulso, pelos ventos de um
adágio do Ferreira Gullar, fui atirado, jogado na rua. Você está se
perguntando: “Como assim?”
Só foi assistir aos vídeos no meio da
manhã, entre prova para elaborar, casa para arrumar e outras mil e uma
tarefas...
Bem, eu não sei explicar o porquê, o que
rolou, nem quero.
Verdade: eu senti uma vontade enorme de
registrar uns GRITOS.
Em silêncio, desci a escada do barracão,
corri em direção ao portão. Pá! Eu estava na RUA! E só foi um grito.
Não tinha ninguém para ouvir. Ai! E como
aquilo me fez bem. Tive a impressão de sair de um banho lento e gostoso,
daqueles que lavam a alma, sabe?
De vez em quando um ou outro carro
passava e eu ia atravessando as frases do poeta.
Que realidade estou inventando? Por que
um verso é capaz de provocar tudo isso em plena manhã?
Insight? Impulso? Arte. Pulso.
Peço licença, mas agora vou ali comprar
um apontador e mais lápis. Tenho que transcrever a página deste dia que nos
escreve.
Por que?
“Eu escrevo porque tenho o prazer de
manifestar uma coisa que eu descobri”
... farelos por aí ...
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