Eu até estava apreciando a ideia de deixar o cabelo crescer. A Menina do Baú Vermelho estava festiva com a ideia. Claro que meu cabelo nunca terá aqueles os cachos cheios de brilho. Ela puxou as madeixas, a cor dos olhos, o jeito da mãe (Graças a Deus por isso).
Meu cabelo já foi de tudo nessa vida. Ainda criança, com o rosto carregado daquelas pintinhas miúdas, meu cabelo era da cor de ferrugem. Chamavam-me de russo como consolo. Depois que fui entender a diferença entre russo e ruço. Os primos e amigos dos tempos do primário foram bastante generosos. Meu cabelo era encardido.
Já pintei meu cabelo de amarelo, na empolgação de um Carnaval dos anos 90. Tive a honra de zerá-lo, quando passei no vestibular, lá no início do século (Acho que nem existe isso mais de raspar a cabeça) Fui de uma ponta à outra.
Mais recentemente, no contexto da pandemia, cheguei a propor que só cortaria o cabelo com o retorno das aulas presenciais, ou com a descoberta da vacina. Assim, variei a relação com esses fios, ao longo desses anos que brotaram em 2020. A experiência capilar chegou ao fim.
Uma estação que refletisse as cores de todas as outras, que juntasse todos os fios para (reconstruir) os laços familiares que se perderam, romperam ao longo desses anos polares. Uma estação que venha renovar nossa paciência para com o outro, que nos permita ouvir, antes de julgar, compreender, antes de atacar, agredir com ofensas. A sincera estação da mesa, da roda de conversas, dos sorrisos e da liberdade para falar das coisas boas desse mundo, dessa vida.
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farelos de uma nova estação por aí ...
Que maneira linda de dizer que haverá Natal. Que podemos e devemos aquecer os nossos corações de esperanças. Obrigada por compartilhar sonhos...
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